quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tragédias: o acidente e a cobertura


Impressionante a cobertura da imprensa no acidente com o Airbus da Air France. Atualizações quase instantâneas divulgando informações de “fontes seguras” (tão seguras que não se mostrava/dizia nomes de ninguém). Dezenas de números, dados e cálculos lançados na mídia antes mesmo de serem verificados.


Mais uma vez alguns veículos de comunicação deram show (e fizeram virar show) em cobertura de tragédia no país.


Começando às 7h da manhã, quando o avião estava sumido há poucas horas, informando sobre a falta de comunicação etc. e já fazendo link com “veja os piores acidentes aéreos da história”. Mais tarde tinha apresentador de TV dizendo que havia caças na busca aos destroços, e que o tempo que levariam de Natal a Noronha era praticamente nenhum, porque eram supersônicos. E mais que "o avião da Air France estava voando a 11 mil Km de altitude na hora em que sumiu dos radares...", sendo que Estação Espacial Internacional (ISS) (que nos observa lá do espaço) orbita a 354 Km de altitude. Sendo assim, o Airbus com certeza caiu porque bateu em algum meteoro... Na certa o apresentador confundiu metros com quilômetros.


Outro fato importante a ser observado nesse acidente é a insistência de alguns veículos de comunicação em mostrar o Lula “lá longe”, destacando em capas de revistas e jornais com títulos de matérias que “o presidente brasileiro não retornaria ao país para prestar apoio e solidariedade às famílias”. A tragédia com o avião é sim um fato lastimável, mas não significa que o presidente deveria abandonar a missão na América Latina para vir consolar as famílias. Ele não poderia fazer mais nada. Mas, não dá para perder a chance de “bater” no Lula não é verdade?


Fazendo uma análise das últimas “grandes coberturas” da televisão brasileira (sem generalizar, pois não são todos os veículos que aderem a esse tipo de jornalismo). Temos profissionais qualificados na imprensa (com algumas exceções), mas, como seriam feitas essas mesmas coberturas se não existisse a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão?

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