segunda-feira, 15 de junho de 2009
Violência contra a Mulher
“Maria da Penha” está prestes a completar três anos e ainda não é garantia para muitas mulheres
No dia 7 de agosto de 2006 entrou em vigor a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Ela prevê a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e da convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher.
A Lei entrou em vigor, mas a sociedade ainda não teve tempo de se adequar às mudanças. De acordo com a psicóloga Maria Aparecida Alves da Silva especializada em psicodrama terapêutico, a secretaria de saúde, não só de Goiânia, mas da grande maioria das capitais, tem uma deficiência no atendimento à mulher que sofre violência doméstica. Os casos de violência priorizados são aqueles envolvendo crianças, principalmente devido ao respaldo da Lei 8.069 de 13/07/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Medo, dor, insegurança. Será que hoje ficará tudo bem? Como poderei me sentir segura dentro da minha própria casa, se tenho ao meu lado uma pessoa que às vezes perde o controle, esquecendo da harmonia e do amor que pode existir em seu lar e comete atos violentos contra as pessoas que o amam?
Esses são os principais dilemas que uma mulher agredida dentro de casa pode sentir. Lúcia Silva (nome fictício) viveu nove anos com seu companheiro. Eles namoraram seis meses antes de decidirem morar juntos. “No decorrer dos seis meses não notei nada que pudesse comprometer nossa relação”. Somente depois de sete anos aconteceu. “Depois de beber muito com os amigos num bar ele foi pra casa e me bateu. Foi a primeira vez, nunca entendi por que, pois estávamos bem, não tínhamos brigado”, afirma.
O consumo de álcool é um dos principais fatores que estimulam a violência e está intimamente relacionado aos crimes domésticos contra a mulher, visto que gera o desajuste familiar e, em conseqüência disso, a violência. Estudo foi realizado pela Unidade de Estudos de Álcool e Outras Drogas (UNIAD) da Unifesp, revela que 38% dos homens bebem antes de agredir suas parceiras.
Outra questão relevante relacionada à violência doméstica, de acordo com Rita Aparecida de Silva Azevedo, diretora do Centro Popular da Mulher (CPM), é que a maior parte das mulheres não sabe que têm direitos dentro de casa e fora dela. “A mulher se mantém na posição de objeto e isso é o que faz perdurar a situação de violência doméstica contra ela mesma, ela precisa se compreender como cidadã, e antes disso, se reconhecer como ser humano, para perceber que tem direitos”, ressalta.
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Essa lei é muito importante, pois é uma ferramenta que beneficia as mulheres que sofrem todos os tipos de violência. Contudo, o que realmente falta para um relacionamento ser saudável é o amor. O homem precisa entender que dentro de um relacionamento ele precisa fazer sua companheira feliz, a mulher também tem que agir do mesmo jeito, o casal tem que cuidar um do outro,deixar o egoísmo.
ResponderExcluirEntão, como a violência existe, é preciso que haja um fator que assegure a segurança dessas mulheres, e esse fator é a Lei Maria da Penha.
Fábio Pereira